O advogado Benja Satula, que assessou Filomeno dos Santos, divulgou na rede social Facebook, uma carta cuja autoria é atribue a José Eduardo dos Santos, na qual o autor pede paz para a família.
“Não torturem mais os meus filhos, eles já não me podem ver, já não me podem ouvir… por isso peço Paz”, escreveu o antigo presidente, esclarecendo que há muitos anos padece de um cancro do qual vinha recebendo tratamento.
“Mas é bem verdade que parte de mim morreu de tristeza, mas as causas da tristeza já não importam, deixem-me estar em Paz onde estou…”, pediu na carta, cuja data de entrega não foi revelada.
A minha governação não foi coroada de coisas boas reconheceu o antigo estadista.
“Cometi muitos erros, adormeci no conforto do poder, criei lobos…, criei lobos ferozes, são fruto da minha criação, em nada os posso julgar, mas aqui onde me encontro, a única coisa que anseio e desejo é ver os meus filhos unidos, o meu corpo não importa, ao longo destes últimos anos, a tristeza foi a minha fiel companheira, consumiu-me dia e noite, não procurem endeusar-me que isto eu não
mereço, apenas quero estar em repouso, seguro que os meus filhos ponderem e abstenham-se de qualquer conflito que envolva o meu nome, não quero abrir feridas, muito mal foi feito, mas eu não quero abrir
feridas, estas feridas em nada ajudariam na miséria em que o povo vive, que as abrisse num momento de tensão, deixem-me repousar, a dimensão em que me encontro é sombria e por isso preciso encontrar repouso, mesmo que vos contasse os segredos todos
de Estado, nada beneficiaria o Povo, nada beneficiaria o Povo…, peço Paz, porque é a Unica coisa que vos posso pedir na dimensão em que me encontro Paz, eu peço Paz (…pausa…), enquanto o ódio prevalecer
caminharemos errantes, perdidos, desavindos, por isso peço Paz, ponham um fim a todo esse caos que envolve o meu nome, eu peço Paz.”
JES ainda escreveu: “Doi-me ver a miséria e a tristeza, todas estas desgraças que pairam sobre os meus filhos, eu fui e sempre serei o único culpado disso, gostaria que me compreendessem, que não é pura vaidade, mas é a dor que carrego, não ter permitido a união entre os meus filhos, o meu corpo POUCO importa, a maior dor que carrego, é ver os meus filhos assim desavindos.»