Grupo do tenente das FAA roubou 101 milhões de kwanzas, polícia diz ter recuperado apenas 900 mil

Mais dados sobre a morte do efectivo das FAA, tenente Edson Pitra, envolvido em assalto a uma dependência bancária do BCI, foram descoberto pelo NA MIRA DO CRIME. De acordo com testemunhas que estiveram no local no dia em que o militar-assaltante foi ‘abatido’, Edson foi alvejado três vezes por um efectivo do SIC, depois de uma perseguição que envolveu agentes da brigada moto, patrulha da polícia e efectivos da investigação criminal.Os assaltantes terão entrado no banco BCI situado na vila sede de Viana, na manhã de quarta-feira, 16, num esquema bem articulado, supostamente com funcionários do referido banco, que estavam a portas de uma auditoria.Tão logo entraram, houve um curto-circuito, e dois dos três bandidos que estavam dentro do banco simulando deposito de dinheiro, saíram a correr com três pastas, e subiram numa viatura de marca Suzuky, modelo Jimmy, com a chapa de matrícula LD-18-43-DG, tendo, na retirada, atirado dinheiro na via pública, o que terá chamado atenção dos efectivos que aí se encontravam, dando início a perseguição.Segundo fonte na polícia de Viana, os bandidos atiravam dinheiro na via pública para despistar a polícia, mas a perseguição continuava, em forças conjugadas, sendo alcançados no zango 3/A, Rua nº 8, bairro da Juventude (Bento Kangamba).Moradores que assistiram o sucedido, contam que eram por volta das 10horas quando os bandidos chegaram com a viatura Jimmy.“Eu estava aqui na rua em frente ao meu portão a deitar água, quando deparei-me com três moços que vinham a correr. Um deles tinha uma arma de fogo do tipo pistola na mão e uma pasta. Chegou até aqui a casa da minha vizinha, lançou a pasta no quintal e tentou escalar o muro, mais era tarde porque os motoqueiros e agentes do SIC, assim como da Polícia vinha atrás dele, então ele correu e esquinou a rua”, contou, explicando que a vizinha devolveu a pasta no mesmo instante, jogando-a na direcção do efectivo do SIC que rapidamente recuperou e levou.“Este que foi morto empurrou o portão e entrou aqui nesta casa gémea da minha, eu a observar tudo, apanhei um calafrio de ver a arma na mão e fiquei de pé quieta. Não tardou surgiram dois agentes do SIC. Um entrou e depois saiu e disse que o assaltante já não estava aí dentro, mais o outro agente duvidou e disse que ele estava aí mesmo e entrou, empurrando o portão”. Lembrou.Poucos minutos depois, conta, vinha com o assaltante agarrado a mão, já todo mijado.“Chegou mesmo aqui no meio da rua, quando pensava-eu que o levaria preso, fez um tiro a queima-roupa e o moço caiu, depois fez mais dois tiros. Coloquei-me aos gritos, e perguntei por que matou… ele questionou se era minha família”.De acordo com a nossa entrevistada, o terceiro elemento foi pego num matagal aí próximo, onde estava agachado, e o levaram.Os 900 mil kwanzas, dos 101 milhões…Segundo fonte da polícia, tão logo os efectivos detiveram os marginais, sob-comando do comandante do Zango 3, contaram os valores e havia apenas 900 mil kwanzas.Horas depois, efectivos da ordem deslocaram-se ao BCI e, em contacto mantido com a Tesoureira, afirmou que no acto do assalto, e devido o curto circuito, houve uma fumaça no interior do banco.Foi mantido um contacto com uma equipa de técnicos de Auditores do banco, que por duas vezes estavam na instituição com o fito de efectuar uma auditoria, o que não foi realizada, porque os funcionários agora detidos evocaram razões técnicas, e face o sucedido, ao abrirem a caixa forte constataram o desfalque de cento e um milhões de Kwanzas, sem contudo poderem justificar a ausência deste montante.Assim sendo, foram detidas as cidadãs Joaquina Luísa Joaquim Chipuela Sebastião, de 56 anos de idade, Gerente, Darcia Margareth de Sousa Couto Pinto, de 29 anos de idade, Tesoureira, e Edmar Bernardo Miguel, de 35 anos de idade, Sub- Gerente.O NA MIRA sabe que o sistema de vídeo Vigilância não funcionava desde o dia 03 de Fevereiro do ano em curso, sem no entanto os trabalhadores darem a conhecer à Direcção.